Entrevista com Patchbay

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Marina Tavares – Quando foi a primeira vez que você ouviu música eletrônica?

Patchbay – Aos 15 anos, já tocava guitarra e me interessava por Heavy Metal e Rock’N’Roll dos anos 70. Quando mudei para a Inglaterra, e consegui na época uma identidade falsa (risos) que dizia que eu tinha 18 anos, a partir dai minha vida mudou, tive os primeiros contatos com a cena da música eletrônica, e até hoje não parei nem me cansei…

 

Marina Tavares – Onde foi a sua primeira festa trance?

Patchbay – A primeira vez que escutei Psychedelic Trance foi em 1997, e imediatamente comecei a colecionar discos de vinil e CDs! A primeira festa que fui, onde tocou somente Psychedelic Trance, foi em 1999, no Rio dos Frades, perto de Trancoso. Era uma festa grátis, passavam o chapéu para por mais diesel no gerador e continuar, e tocaram Shiva Yorg, GMS e Raja Ram, além dos DJs Swarup, Mack, Shanti e Ekanta. Não havia estrutura, portaria, banheiros, segurança, nada, era só o lugar, as pessoas e a música!

 

Marina Tavares – Por que você decidiu se tornar um produtor musical?

Patchbay – Já era músico desde os 12 anos, aos 15 quando conheci o Techno, tive a oportunidade de comprar uma bateria eletrônica, comecei a produzir com ela, o teclado da minha irmã, minha guitarra e os pedais que tinha, gravava tudo em K7 por uma mesa de som Staner nacional de seis canais com grave e agudo por canal (risos). A primeira vez que vi um computador fazendo som foi dois anos depois, com o André Santana (Stereographic Live) era o Fruity Loops, e um ano depois o Ninad (Yage Live) me mostrou o Logic 5 que foi a plataforma que adotei ao longos dos anos. Hoje em dia, testo sintetizadores para fabricantes, além de dar aulas de síntese e áudio e acústica, e tenho outros dois novos projetos, Microdose e The Alkaloids.

 

Marina Tavares – Quem são as suas inspirações musicais?

Patchbay – Os sons da natureza, o pulso do coração, o ritmo da vida, a música indígena, o Rock psicodélico, Dub e a música eletrônica em toda a sua história, e minha filha que toca piano e sintetizadores aos 6 anos!

 

Marina Tavares – Quais são os seus três álbuns favoritos de todos os tempos?

Patchbay – Pink Floyd – The Dark Side of the Moon

Eat Static – Crash and Burn Uakti

Phillip Glass – Águas da Amazônia

 

Marina Tavares – Fale-me um pouco sobre o seu novo projeto Microdose.

Patchbay – Há cinco anos estava passando por uma crise criativa depois que a minha filha nasceu, neste momento tive muito apoio do Merv (Eat Static) que além de me motivar a continuar, tocando minhas músicas nos seus sets, também me convenceu a comprar um row de sintetizadores modulares e entrar neste novo/velho paradigma, que afinal me abriu um horizonte de possibilidades, experimentação, texturas e paisagens sonoras! Com as novas possibilidades surgiu a necessidade de mais liberdade criativa e decidi começar um novo projeto para ser livre nas experimentações e acelerar um pouco para o estilo Forest/Dark onde senti que o público tinha os ouvidos mais aberto para o novo e para o inesperado, e o projeto vem sendo super bem recebido. Uso os sintetizadores modulares ao vivo no palco para criar formas e sons improvisando com fontes aleatórias de ritmos e melodias! Estou lançando na Omveda Records da Índia, e toquei Microdose live este ano no Zuvuya Festival, que foi sensacional! Os próximos shows confirmados são Pulsar Festival e Modem Brasil!

Marina Tavares – De onde você tira inspiração para criar novas músicas?

Patchbay – Vem de escutar muita música e de explorar os novos e velhos sintetizadores em busca de sintonizar criaturas sonoras vivas que queiram se expressar aos nossos ouvidos.

 

Marina Tavares – Onde foi a apresentação que mais te marcou?

Patchbay – Foi em 2007, PatchBay live na Chappell of The Sacred Mirrors (Galeria de Arte do Alex Grey), convidado pelo Alex Grey e sua esposa Alison, para tocar dentro da galeria para 800 pessoas enquanto eles pintavam visões que tiveram em cerimônias indígenas no Peru no mês anterior!

 

Marina Tavares– Se você pudesse escolher qualquer lugar no mundo para tocar, onde seria?

Patchbay – A estação espacial em órbita pode ser considerada “no mundo”!?

 

Marina Tavares – Vamos finalizar com uma mensagem para os seus fãs.

Patchbay – Obrigado por dar sentido para a minha compulsão natural de criar música! Acredite nos seus sonhos, o mundo nunca mudou por movimentos de massa e sim por pequenos grupos de pessoas que acreditavam em uma ideia!

 

https://www.facebook.com/patchbay1/

https://soundcloud.com/patchbay1

https://www.instagram.com/fredpatchbay/

https://www.facebook.com/microdoselive/

 

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